Eduardo Bolsonaro aponta possível sanção dos EUA contra líderes do Congresso brasileiro

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Eduardo Bolsonaro aponta possível sanção dos EUA contra líderes do Congresso brasileiro

Deputado aponta riscos de sanções internacionais a políticos brasileiros

Eduardo Bolsonaro, deputado federal pelo PL de São Paulo, colocou o Congresso Nacional no centro de uma polêmica internacional ao afirmar que figuras de destaque, como Davi Alcolumbre (presidente do Senado) e Hugo Motta (presidente da Câmara), podem entrar na mira de sanções impostas pelos Estados Unidos. A declaração veio em entrevista ao podcast 'Oeste com Elas', onde o deputado explicou ter enviado relatórios sobre a situação política e jurídica do Brasil diretamente ao ex-presidente americano Donald Trump e ao senador republicano Marco Rubio, ambos grandes nomes do Partido Republicano nos EUA.

Segundo Eduardo, a intenção é aumentar a pressão internacional não apenas sobre ministros do Supremo Tribunal Federal, que já foram alvo de sanções em discussões anteriores, mas também sobre lideranças do Legislativo. Entre as punições, ele citou as consequências graves que a aplicação da Magnitsky Act pode trazer: desde o bloqueio completo de contas bancárias internacionais até restrições a serviços do cotidiano, como impossibilidade de usar Gmail, Uber e pagamentos com cartão. Segundo ele, Andre Passos, diretor-geral da Polícia Federal, também estaria na lista de possíveis afetados.

Ligações entre política brasileira e lobby nos EUA

O deputado ligou essas possíveis sanções a momentos decisivos no Congresso, como a votação do impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF, e a aprovação de um possível projeto de anistia para envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, que levaram a invasões e depredação em Brasília. Ele fez questão de lembrar que o Magnitsky Act permite ao governo norte-americano sancionar estrangeiros acusados de violações de direitos humanos, o que elevou ainda mais a temperatura do debate dentro e fora do Brasil.

Apesar de o Congresso normalmente ser visto como uma casa capaz de garantir a estabilidade institucional, as menções de Eduardo sugerem uma escalada: políticos brasileiros conseguiriam, através de conexões diretas com lideranças republicanas americanas, fazer lobby para sanções a seus próprios colegas de poder. Para o deputado, essas punições poderiam ser anunciadas “em questão de dias”.

Dentro do governo, a reação veio rápida. Gleisi Hoffmann, ministra das Relações Institucionais, não economizou nas críticas. Chamou a declaração de Eduardo de "traição à pátria" e acusou o deputado de estar agindo em parceria com representantes do trumpismo para enfraquecer a soberania do Brasil. Para Gleisi, recorrer a pressões estrangeiras representa um "crime contra a democracia" e uma afronta à independência nacional. A crítica ganhou eco imediato nas redes sociais, marcando mais um capítulo de tensão no já frágil cenário político.

A conversa provocada por Eduardo Bolsonaro sobre sanções internacionais colocou o Brasil novamente no radar da política externa. As consequências práticas dessas ameaças, no entanto, ainda são incertas, mas a repercussão mostra que os movimentos do deputado estão longe de ser ignorados, seja no Congresso ou nas ruas.