Valentin Vacherot, qualificado mundial nº 204, elimina Novak Djokovic e abre final histórica entre primos no Shanghai Masters, mudando a história do tênis.
Quando Valentin Vacherot, monegasco tenista venceu Novak Djokovic por 6‑3, 6‑4 nas semifinais do Rolex Shanghai MastersXangai, o mundo do tênis ficou boquiaberto. O francês‑monegasco, cabeça de lista 204, tornou‑se o finalista de menor ranking da história dos Masters 1000, garantindo antes mesmo da partida final um prêmio de US$ 597.890 — mais que todo o seu rendimento profissional até então.
Até aquele dia, Vacherot acumulava apenas uma vitória em partidas do ATP Tour, segundo o Infosys ATP Win/Loss Index, e havia faturado US$ 594.077 ao longo da carreira. Enquanto isso, Novak Djokovic, 100 vezes campeão em nível de tour e detentor de 40 títulos de Masters 1000, buscava o 41º troféu desse nível, o primeiro desde o Paris Masters de 2023.
O feito de Vacherot tem precedentes, porém nenhum tão extremo: nunca antes um jogador fora do top‑200 havia chegado a uma final de Masters 1000. Ele chegou à competição após se classificar nas rodadas preliminares, onde venceu três partidas consecutivas para garantir vaga no quadro principal.
O primeiro set começou com Vacherot pressionando a devolução de serviço de Djokovic, que ainda demonstrava sinais de desconforto físico. O monegasco quebrou o sérvio duas vezes, fechando o set em 6‑3. No segundo, a tensão aumentou: logo no primeiro game, Djokovic salvou uma break point, caiu de joelhos, mas rapidamente se reergueu, arrancando aplausos da plateia chinesa. Contudo, Vacherot manteve a linha de base, explorando o backhand vulnerável de Djokovic e fechou o set em 6‑4.
Ao final, o sérvio, ainda com um sorriso, apertou a mão do adversário e declarou que “o melhor jogador venceu”. O mito da resiliência de Djokovic permaneceu, mas a manchete da noite agora era: "O qualificador que surpreendeu o mundo".
“Parabéns ao Valentin pela primeira final de Masters. Vindo das qualificações, é uma história incrível”, elogiou Djokovic ao se encontrar na rede. “Ele tem atitude, o jogo foi fantástico”.
Já o próprio Vacherot, visivelmente emocionado, respondeu que nunca imaginou estar fora da quadra de qualificação e, de repente, enfrentando um dos maiores nomes da história. “Eu apenas joguei o meu tênis. Cada ponto que ganhei era um passo de sonho”, afirmou.
Do outro lado da rede, o primo de Vacherot, Arthur Rinderknech, que vencia a outra semifinal contra Daniil Medvedev, descreveu o futuro confronto como um "sonho impossível de imaginar". Os dois primos disseram que, independentemente do resultado, já se sentem vencedores por fazerem história juntos.
A tabela de prêmios do Shanghai Masters garante ao vencedor US$ 1.124.380 e 1.000 pontos ATP, enquanto o segundo colocado recebe US$ 597.890 e 600 pontos. Os semifinalistas, como Vacherot e Rinderknech, já colecionam US$ 332.160 e 400 pontos cada. Para efeito de comparação, a premiação de US$ 597.890 ultrapassa a soma de todos os ganhos de Vacherot antes de Xangai, mudando drasticamente o panorama financeiro de sua carreira.
Especialistas da ATP Tour apontam que o "coringa" de Vacherot pode inspirar outros jogadores de rankings mais baixos a buscar vagas em torneios de alto nível, reforçando a importância dos qualifying draws como verdadeiros viveiros de talentos.
A final está marcada para 12 de outubro, ainda no mesmo complexo de esportes de Xangai. Se Vacherot mantiver o nível exibido contra Djokovic, poderá ser o primeiro qualificador a conquistar um título de Masters 1000. Rinderknech, por sua vez, chegou ao último duelo depois de surpreender Medvedev, o número 4 do ranking mundial, numa partida de cinco sets.
Para os fãs, o duelo representa mais do que um confronto atlético: é a celebração de duas famílias que, ao mesmo tempo, disputam o troféu mais cobiçado da temporada asiática. "Vamos dar tudo", disse Rinderknech em coletiva de imprensa, “porque esse título vai ficar na história do tênis e na nossa família para sempre”.
O triunfo demonstra que, mesmo fora do top‑200, há caminho para chegar às finais de grandes torneios. Ele eleva a moral dos qualificados, que agora podem acreditar que um desempenho extraordinário pode garantir pontos e prêmios significativos, mudando a dinâmica de preparação e estratégia nas próximas temporadas.
Djokovic lutou contra um incômodo físico que vem se manifestando ao longo da temporada, o que limitou sua mobilidade nos momentos críticos. Apesar da experiência e da qualidade do saque, não conseguiu conter o jogo agressivo de Vacherot, que explorou lacunas no backhand do sérvio.
Ao alcançar a final, Vacherot já assegurou US$ 597.890, mais que todo seu ganho profissional anterior, que somava US$ 594.077. Se vencer, somará ainda US$ 1.124.380, ultrapassando a marca de um milhão pela primeira vez.
A final está programada para o dia 12 de outubro de 2025, no mesmo local da semifinal — o complexo esportivo de Xangai, sede do Rolex Shanghai Masters.
Valentin Vacherot, qualificado mundial nº 204, elimina Novak Djokovic e abre final histórica entre primos no Shanghai Masters, mudando a história do tênis.
Júlia Rodrigues
outubro 12, 2025 AT 04:30Vacherot fez plot twist no circuito, tipo um wildcard que virou seed sem nem ter drible no ranking, isso deixa a elite com cara de saída de cena, parece que os megastars tão cansados e deixam espaço pros underdogs.